Quais são os processos de um Content Design Thinking? — Parte 2

Carla Paganini
5 min readApr 15, 2021

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Do Entender ao Usar, ou seja, tudo :)

Primeiro, antes de entrarmos em metodologias e ferramentas, vamos refletir: existem processos perfeitos para UX Writing?

Bom, a resposta é não. Um processo, por si só, é vivo e ativo, ou seja, maleável e adaptável para cada time e essência de cada job. Antes de definir a ferramenta, como falamos no nosso primeiro artigo, entenda a empresa e o seu cenário.

Recapitulando: por que precisamos de processo?

Processo ou estratégia. Pode escolher o nome. Mas ambas são importantes para onde você está pretendendo chegar. Se o seu objetivo é entregar um app de varejo, o processo é feito para organizar quais métodos você vai utilizar para alcançar a sua meta.

Agora vamos começar!

Oba! Então vamos falar das etapas do processo e ferramentas em Content Design Thinking?

  • Entender

O objetivo dessa primeira etapa é conversar com todos os envolvidos que afetam a experiência para esclarecer todas as suas dúvidas. Procure o Product Manager (PM), Product Designer, Negócios e UX Researcher.

“Dê a cara tapa”, sabe? Chama no Slack, por exemplo, e marque uma reunião com todos. Dica: esse é um bom momento para usar a ferramenta dos 5 porquês.

Anote todas as suas dúvidas e faça muitas perguntas do negócio, projeto, regras e prazos.

Ainda nessa etapa, confira se já existem fluxos e telas. Se tiver, você pode fazer uma Auditoria de Conteúdo, colocando o conteúdo atual e fazendo uma análise heurística para entender os principais problemas com o fluxo atual.

Antes de passarmos para a próxima etapa, essas são as heurísticas de conteúdo que você pode analisar:

_Se é Acessível

_Se é Conciso

_Se é Conversacional

_Se é Claro

  • Investigar

Deu tudo certo na etapa Entender? Fez a análise e anotou todas as dúvidas? Então bora investigar. Junto com o time, defina o que vocês vão pesquisar e qual problema vocês vão priorizar.

Questione:

_Qual é o problema a ser resolvido?

_Quem são os usuários?

_Quais dados indicam o problema?

_Quais os principais riscos?

Com base nessas respostas, escolha que pesquisa de UXW usar.

Algumas ferramentas que você pode usar:

_Mapa Mental com temas
Você coloca o problema no centro e vincula todos os sinônimos ao redor para entender os caminhos que você pode tomar.

_O que dizem e Como dizem
Dando referência ao UX Writer Eliezer Rodrigues, que adaptou essa ferramenta, você pesquisa o que os usuários estão falando nas redes sociais sobre o seu app ou serviço. Aqui, você cria um Dicionário de Vocabulário.

_Mapa de empatia
Para definir persona.

_Benchmarks

_Matriz CSD
Faça com o seu time.

_Design Personality
Lembra que comentamos no nosso primeiro artigo sobre o Content Design Thinking, que conversamos com algumas pessoas para entender como iríamos construir nosso processo? O Augusto Sobieski, Head de Design na Octadesk foi uma delas. Ele idealizou a metodologia Design Personality e explicou o conceito e aplicação.

O que é: busca alinhar os valores da empresa com marcas que estão no dia a dia do nosso público, fugindo dos padrões de benchmark que fazemos apenas dos concorrentes. É mais que pesquisar empresas, mas é alinhá-las com conceitos em que o nosso produto se coloca.

E o que soluciona: alinhamos valores e vocabulários mais próximos do cotidiano do nosso usuário, porque nós identificamos produtos que o usuário olha/convive todo dia.

  • Definir

Aqui a gente começa a parte prática “da coisa”, documentamos as descobertas de pesquisa e planejamos que canais de comunicação usar para iniciar os primeiros conteúdos.

Ferramenta que você pode usar:

_UX Writing Voice Chart
É uma ferramenta projetada por Torrey Podmajersky e descrita em seu livro Strategic Writing for UX , publicado pela O’Reilly Media, Inc. em junho de 2019. É um recurso eficaz que serve como guia principal para todos que escrevem.

Ah! Lembrando: Content Fisrt.

  • Construir

Momento chave do processo! Junto com o time, questione: “Está tudo certo com as nossas informações? Vamos seguir?”. Reflita: você tem todas as informações necessárias para entrar nos protótipos de alta fidelidade?

Está tudo respondido? Então mão na massa!

Algumas ferramentas e metodologias que você pode usar:

_Do’s e Dont’s
O que eu posso escrever e o que eu não posso escrever?

_How Might We
Como nós podemos…

_Heurísticas de conteúdo

_As 4 dimensões de Nielsen

_Definir Storytelling
Referência ao livro Storytelling no Design de Produto, da UX Writer Anna Dahlstrom.

_Regras de Leiturabilidade
Mapa de calor do seu app/serviço.

_Matriz de Sentimentos
Dinâmica com o time: qual sentimento o seu conteúdo está passando para o usuário? Aqui, damos como referência as 48 Emoções de Plutchik.

Deu um conteúdo mais consistente? Então vamos configurar.

  • Configurar

Nessa etapa, faça um critique com o time para pegar feedbacks. Reúna seus colegas e o time de negócio para apresentar o seu conteúdo. O importante, aqui, é incluir a empresa no seu processo. Como sabemos, todo mundo gosta de escrever, não é? Pensando nisso, no critique, mostre como você chegou no conteúdo consistente.

  • Analisar

Após pegar as considerações do time, é importante entender os pontos, filtrar e fazer as correções necessárias.

  • Usar

É isto! Está tudo pronto para o conteúdo de alta fidelidade, agora é só colocar no ar.

  • Testar

É possível que existam algumas alterações a serem feitas, e pra descobrir isso precisamos entender junto ao usuário o que está funcionando bem ou não. Nessa etapa escolha que tipo de teste usar e participe dos Testes de Usabilidade com o UX Design e UX Researcher.

Tipos de teste que você pode usar:

_Teste de Percepção

_Teste de Conceito

_Teste A/B

_Card Sorting

_Tree Testing

  • Corrigir

Depois que realizar os testes, é importante conferir os resultados para alterar o que for necessário. Você pode usar a Auditoria de Conteúdo (colocando o novo conteúdo), revisar as Heurísticas de Conteúdo, revisar a Leiturabilidade e voltar para a etapa Configurar.

Ufa! Chegamos. Lembrando que todas as fases são adaptáveis e que você pode sempre iterar. Dependendo da situação da empresa e do time, você consegue começar da fase Entender e partir para os testes, porque, talvez, muita coisa já esteja pronta e boa para o seu usuário.

Ah! Não colocamos todos os modelos de ferramentas porque o artigo ficaria ainda maior. Qualquer dúvida, pessoal, chama eu e o Cassio para um papo, tá bom? :)

No próximo texto (Parte 3) vamos falar sobre como unificar o processo de writing com design e research. Nos vemos lá!

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